quarta-feira, junho 17, 2009

Visita de estudo

Hoje tive percepção plena daquilo que me trouxe de Belas Artes aqui ao Serviço Social.
Visitamos o lar de Brinches e a Associação Rota do Guadiana.

No lar a assistente social recebeu-nos de sorriso aberto, perguntando se queríamos saber alguma coisa da sua vida, porque achou importante apresentar-se como pessoa.
Falou todo o tempo com o coração nas mãos, mostrando o peito, sem pudor de referir as diferenças entre humanos, e sem pudor de mencionar as diferenças entre iguais. Tratar igual, nem sempre fazer o mesmo, a profissão exige estar próximo dos outros, exige humanidade.

Vim de Belas Artes, onde quase nem podemos estar próximos de outros, onde tínhamos que ser incompreendidos na mesma medida que seriamos originais, tínhamos que ser distantes e quase divinos, na mesma proporção em que quiséssemos marcar uma diferença esse mundo elitista e separatista que é o das artes. Tínhamos que ser nós os especiais.

A arte, é de todos, eleva a todos na sua criação.
A arte empodera todos com a sua subtileza, com a sua fragilidade profunda.
A arte é infinita, não faz sentido criar fronteiras onde entro eu mas não entras tu, onde caibo eu mas não cabes tu.
A Arte chega mais longe, e leva-nos a perto de nós, esse lugar distante que todos queremos visitar. TODOS queremos visitar, esse lugar onde estamos bem, onde somos felizes.
A arte é humana e para criar temos que ser o que todos somos, humanos e divinos. Sem ser diferentes nos beneficios, sendo diferente no ser, sendo igual na partilha e no uso daquilo que deve ser nosso. Temos que ser pequenos deuses, como são todos os que não criam com pinceis mais que desenham as vidas nas telas mais dificeis de trabalhar.

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